Depois de tomada de conhecimento dos comunicados
produzidos pelos órgãos dirigentes do PAIGC, nos dias 14 e 15 do corrente,
ficámos a saber que a estratégia do PAIGC, enquanto coassinante dos acordos de
Bissau a 10 de setembro e de Conakri a 14 de outubro consiste, pura e
simplesmente em aceitar os seus termos, desde que os mesmos fossem da sua
inteira conveniência. Ou seja, desde que os pressupostos de nomeação da figura
do Primeiro-ministro estivessem de acordo com os seus desígnios.
Senão vejamos. É do conhecimento de todos os
signatários de que para além do Acordo patrocinado pela CEDEAO, e publicamente
assinado pelas partes em Conakri não existe mais nenhum outro documento que não
seja um Comunicado final, normal nestas circunstâncias, esse apenas assinado
pelo mediador o Presidente Alpha Condé e pelo Presidente da Comissão da CEDEAO,
Marcel de Souza. E o Acordo de Conakri não revela nome de Primeiro-ministro, o
que aliás não traduziria a verdade dos factos, uma vez verificada a
inexistência de consenso nos 3 nomes propostos.
O Partido da Renovação Social desafia o PAIGC a
publicar o alegado relatório ou ata, cuja existência vem, num ato de desespero
e de falta de argumentação, sustentando nos órgãos da comunicação social,
porque em nenhum momento, durante as negociações, o PRS teve conhecimento de
tal documento.
O que o PAIGC, numa clara estratégia de lançar o pânico e a
confusão, está a tentar, é, eventualmente, com a ajuda de alguém, forjar um
documento inexistente, que mesmo a existir teria sido, como mandam as regras,
apresentado às partes para a sua validação. O PRS está seguro de que esta
pequena/grande mentira política, não será caucionada pela CEDEAO.
Esta posição do PAIGC configura na realidade uma
manobra para não aceitar o acordo que ele próprio já rubricou, caso o nome que
venha a ser anunciado não seja do seu agrado. A esta situação, aliás,
impõe-se-nos uma pergunta: porque é que o PAIGC, sabendo-se ganhador das
eleições, não conseguiu impor ao mediador o nome da sua preferência, conforme
agora reclama de novo, acabando, sim por aceitar a regra do consenso entre as
partes e confiança do Presidente da República?
É no mínimo curiosa a forma oportunista como a
Direção do PAIGC vem agora em Bissau, defender o nome do Dr. Augusto Olivais
proposto pelo senhor Presidente da República. Os nomes propostos pelo PAIGC em
Conakri foram, respetivamente, os nomes do Eng. Carlos Correia e do Eng. Mário
Cabral, e em nenhum momento se lembraram, de que afinal gostavam também do Dr.
Olivais.
É de salientar que a Presidente em exercício da
Conferencia dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, a Presidente liberiana,
reafirmou a inexistência de consenso à volta dos nomes propostos. É preciso que
se diga, que esta é uma manobra que consubstancia uma clara
desresponsabilização por parte do PAIGC, por um eventual fracasso do Acordo de
Conakri.
E um outro exemplo ainda mais ilustrativo da falta
de imaginação e de desespero vem agora por parte do PAIGC com as falsas alegações,
da existência de um acordo entre o PR, o PRS e os 15, que impede estes últimos
de se apresentarem nas estruturas do partido. Mais uma vez o Partido da
Renovação Social desmente categoricamente esta caluniosa afirmação e desafia o
PAIGC a apresentar provas de tal acordo e a torná-las públicas.
Também é preciso esclarecer ao povo da Guiné-Bissau
e à comunidade internacional de que toda esta crise política vigente tem um
único responsável: a atual direção do PAIGC, que através de uma desastrosa
gestão interna partidária, nunca soube manter e conservar os ganhos e a
confiança depositadas pelo povo guineense nas urnas ao vencer as eleições
legislativas de 2014. Esta direção nunca soube que não basta ganhar eleições
para se manter no poder, é preciso também ganhar a confiança política dos
parlamentares e do Presidente da República.
Esta direção do PAIGC anda de manobra em manobra, em
jogos de equilibrismo, mesmo que para isso invente crises fictícias, promova greves
e marchas com organizações da sociedade civil, alegadamente apartidárias, que
surgem do nada, mas fortemente financiados com o erário público desviado do
famigerado “resgate” aos bancos, vivamente criticado pelo FMI. A atual direção
do PAIGC já tentou de tudo.
Até apoios nas instâncias internacionais com a arma
da intriga e da mentira, que apesar de nada lhe servir, não poupa esforços em
alargar esta maléfica influência ao incitamento à violência nas palavras de
ordem proferidas pelos seus sicários de serviço nas iniciativas que vem
promovendo para enganar o povo, ao arrepio da decorrência da implementação do
acordo de Conakri.
O PRS tem conhecimento da tentativa irresponsável
por parte do PAIGC em tentar aliciar a classe castrense para a subversão da
ordem, por isso chamamos a atenção do nosso povo para a vigilância requerida e responsabiliza
o PAIGC por qualquer deriva da atual conjuntura política.
Bissau, 16 de novembro de 2016
/ O Secretariado
Nacional de Comunicação
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