Quero também, refletindo o sentimento dos meus colegas de Bancada, cumprimentar, com vénia institucional e protocolar devidas, todas as personalidades da República reunidas neste Acto Solene de Comemoração do Quadragésimo Segundo Aniversário da Independência Nacional. Creio estar certo, de que neste momento, de digna celebração, mais do que palavras circunstanciais, são os sentimentos a falarem mais alto.
O 24 de setembro de 1973 é património de todos os Guineenses e, por isso, a cada um, onde quer que esteja, cabe fazer a celebração desta efeméride que, antes de mais, consagrou a Soberania e, acto contínuo, promoveu a Democracia e, agora em mais outro grande desafio colectivo, interpela-nos à dinâmica da transformação de um “status quo” que teimosamente ainda prevalece, manchando, sobremaneira, o glorioso passado daqueles que sacrificaram as suas vidas, para que hoje, esta magnífica plateia se tornasse uma realidade. Este marasmo, e, direi mesmo perfídia, teima em fazer-nos regressar aos momentos mais negros da nossa recente história toldando o essencial que é o Desenvolvimento.
Por isso, dirijo-me às Guineenses e aos Guineenses, de todos e por todos os cantos do mundo, para estarem orgulhosos deste Grande Dia, motivo mais que suficiente para que se sintam abençoados de terem nascido Guineenses.
Esta efeméride nacional deve constituir causa de reflexão profunda que nos permita extrair lições da História e inferir dela ideias novas e energias positivas para continuarmos a construir o futuro comum, na premissa de que, se muito foi feito como no-la mostra o País que hoje temos e no-la confirmam os novos desafios destes tempos, mais e melhor ainda temos a idealizar e a realizar.
Idealizar e realizar o futuro não se compadecem com uma visão imediatista, nem se compaginam com a lógica de crispação política em torno de questões fundamentais para os Guineenses, quais sejam a Soberania, a Democracia e o Desenvolvimento, valores que demandam de uma necessidade consubstanciada na doutrina fundadora e que remonta à génese do nosso Estado, vaticinada por Amílcar Lopes Cabral e seus companheiros.
É crucial compreendermos que a ausência de alguns consensos políticos e sociais, no quadro da liberdade do pensamento e da acção, e nos limites da nossa Democracia Constitucional, poderá não só condicionar a dinâmica que creio que todos almejam para a transformação da Guiné-Bissau mas, acima de tudo, poderá inibir-nos e fazer perder de vista o interesse nacional, numa conjuntura internacional ainda difícil e numa altura em que precisamos ter maior crescimento económico, melhor taxa de emprego, mais combate à pobreza, mais produtividade, menos desigualdades e mais bem-estar social.
É quase vital compreendermos a necessidade premente de celebrarmos ações que nos permitam atingir patamares de consensos mais alargados, tanto políticos como sociais, para que possamos não só colmatar os limites constitucionais, mas também, desbloquear as vias necessárias para a aceleração do processo transformacional e para a criação de bases sólidas para a consagração do Desenvolvimento Sustentável.
Por isso, lamentamos a crise política e institucional que abalou e ainda abala as nossas frágeis estruturas estatais e sociais. Também por isso, não contem com o Partido da Renovação Social para, nesta hora de rescaldo, apontar culpados. Importa sim, é salientar que da nossa parte, que, de há um ano a esta parte, esforços não foram poupados, e nunca serão poupados para, em linha com as responsabilidades que nos incumbe o povo da Guiné-Bissau, estarmos na primeira fila na construção de pontes de entendimento, a fim de sanarmos as dificuldades.
Se hoje aqui nos encontramos para celebrar essa justa e consequente efeméride, deverá, por certo, servir-nos de exemplo, para manter a linha e o prumo, para que possamos continuar a construir uma Guiné-Bissau mais solidária e mais próspera, mais justa e mais unida.
Este é o debate pelo qual o PRS se bate e que se perfila a partir do nível e tipos de conquistas alcançados por todos, até à presente conjuntura.
Excelência Senhor Presidente da República,
Excelência Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular,
Excelência Senhor Primeiro-Ministro
Precisamos de realizar cabalmente a nossa Democracia Constitucional!
Precisamos ajustar a nossa Administração Pública aos desafios que se impõem a um Estado moderno e pequeno como o nosso! Precisamos de aprofundar a melhoria do ambiente de negócios, dar mais espaço de manobra aos empresários e promover mais investimentos internos e externos! Precisamos de trabalhadores mais produtivos, com os direitos mais salvaguardados, mas também cumpridores dos seus deveres e mais responsáveis perante os desafios presentes!
Precisamos democratizar mais, descentralizar, desconcentrar, enfim, regionalizar, combater mais a pobreza, reduzir o desemprego, consolidar mais o orçamento do Estado, acelerar mais a agenda de transformação!
Hoje, como há quarenta e dois anos, temos de ser dignos da Pátria que os Combatentes da Liberdade criaram e de estarmos à altura dos novos tempos, isto é, de, em Democracia, promover sempre a Paz, a Estabilidade e o Desenvolvimento, para que a Nação vindoura seja orgulhosa dos nossos atos.
É com o orgulho do passado que homenageamos todas e todos aqueles que prestaram serviço relevante, é com a compreensão do presente que interpelamos a todas e todos a prosseguir caminho, e é com a reflexão prospectiva que todas e todos trilharão os caminhos do futuro.
Esta Guiné-Bissau que todos amamos muito, merece acelerar a marcha para a Paz e o Desenvolvimento.
Bem-haja
Viva a Guiné-Bissau
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