O presidente do Partido de
Renovação Social (PRS) disse que nunca impediu Nuno Nabiam de militar no PRS.
Em declarações perante os militantes e simpatizantes do PRS durante às
comemorações de 23 anos do partido assinalado em Gabú, Alberto Nambeia afirmou
negou categoricamente que alguma vez tenham condicionado a militância de Nuno
Nabiam com aquilo que este chamou de “pega bicha” (esperar na fileira). Disse
que o PRS demonstrou toda a abertura em receber todos guineenses, porque o que
se quer é a união dos guineenses e o crescimento do partido, mas advertiu que
os Estatutos do partido são mesmo para cumprir.
“Não só no PRS, como em qualquer
partido, não há ninguém que ao chegar pela primeira vez, é logo presidente. O
Partido tem regras e cada militante é obrigado à respeitar”. Embora não tenha
pronunciado uma única vez o nome de Nuno Nabiam, Alberto Nambeia falou igualmente
das relações entre ele e Koumba Yalá. Lembrou que o ex-presidente do PRS nunca
renunciou a militância no partido e que o apoio à Nuno Nabiam deve ser muito
bem interpretado.
“Ouvimos certas pessoas a falarem
em honrar a memória de koumba Yalá. Outros alegam que para dar continuidade a
Koumba Yalá decidiram criar partido. Ou seja, ouvimos muita coisa neste
processo, mas importa repormos a verdade. E a reposição da verdade dos factos
exige que cada um de nós reconheça que Koumba Yalá nunca abandonou o PRS. Nas
últimas eleições ele não esteve com o candidato presidencial do PRS, mas todos
viram-lhe na campanha com a bandeira do PRS.
Koumba Yalá morreu com o PRS no
coração. Sempre por onde passava pedia as pessoas para votarem no PRS. Se isso
é verdade; se ninguém pode desmentir o que estou a dizer, qual é a razão de estarem,
a tentar confundir a opinião pública? Dizer que decidiram continuar a obra de
Koumba Yalá por isso criaram partido político. Não é verdade. Koumba Yalá
sempre foi do PRS e morreu com bandeira do PRS nas mãos”.
Mesmo sem reclamar o estatuto de
verdadeiro herdeiro de Koumba Yalá, Alberto Nambeia contou a história do seu
último encontro em Buba com Koumba Yalá, um dia antes da morte deste. Segundo
ele, nesse encontro testemunhado por Florentino Mendes Pereira e Abel Incada,
Koumba Yalá pediu-lhe para nunca abandonar o PRS. “Estávamos na casa do Engº.
Domingos Indam. Eu, Florentino e Abel Incada. Alguém veio avisar que Koumba
Yalá estava de passagem e queria cumprimentar-nos. Fomos ao encontro dele.
Apertou-me a mão, abraçou-me e disse neste termos. Grande líder, continue a
unir as pessoas. Faça crescer o PRS. Não deixe o partido cair. Continue, porque
estas no bom caminho”, reproduziu.
Nambeia fez questão de reafirmar
que não está agarrado a liderança do PRS. Como prova das suas afirmações disse
estar aberto a ceder o seu lugar desde que apareçam militantes mais preparados
para dirigir e fazer crescer o PRS. “´´E este o nosso objectivo. Tornar o PRS
cada vez mais um partido nacional e de massas. Se as pessoas querem liderar o
partido, não há nenhum obstáculo. Dentro de um ano ou ano e meio, vamos ao
Congresso. Daí cada um poderá concorrer. Se os militantes entenderem que não
reúno condições para continuar, podem acreditar que não farei nenhuma oposição
quanto a substituição”, insistiu Alberto Nambeia.
Ele que falou tanto várias vezes
deste assunto tão propalado pelos apoiantes de Nuno Nabiam, lançou indirectas a
certos dirigentes que abandonaram o partido, qualificando-os de amontoes. “Aqui
todos têm lugar. Só pensa que não tem, aquele que não trabalha para o partido”.
O presidente do PRS aproveitou para desafiar a todos a se juntarem ao PRS na
luta para o desenvolvimento do país. Hoje tivemos aqui novos aderentes a que
aproveitamos para desejar boas vindas e garantir que pode sentir-se a vontade.
Aqui todos têm espaço. Mas não queria ficar apenas naqueles que já aderiram.
Quero mais. Quero dirigir-me a juventude para vos dizer que, é chegado a hora
de posicionarem. Os jovens, não devem se aceitarem serem aproveitados só em
períodos de campanha eleitoral. Não é bom para o vosso futuro. Tivemos aqui uma
vasta lista de aderentes entre eles jovens. Queremos mais. Queremos que os
jovens se envolvam de forma a poderem decidir o futuro. Mas se continuarem
nessa situação de passividade, o problema é deles”, alertou.
Fora destas respostas aos
críticos do partido, Nambeia falou dos 23 anos do partido, mas sobretudo das
comemorações em Gabú. Segundo disse, em virtude do resultado conseguido pelo
PRS nas últimas eleições legislativas nessa região, os dirigentes do partido
tinham toda a obrigatoriedade de homenagear os populares. “Esta comemoração tem
vários significados o Primeiro deles, é retribuir a obra dos nossos militantes
falecidos. Eles juntamente com os populares, foram obreiros da nossa vitória
nessa região. E pelo facto de vencermos as eleições. De sairmos de 3 para 7
deputados nas últimas eleições, somos obrigados a reconhecer essa proeza.
Crescemos a nível de todo o país, isso é verdade, mas crescemos mais em Gabú.
Muito obrigado a todos”, referiu.
Quem também usou de palavra, foi
o secretário-geral. Florentino Mendes Pereira falou de duas situações que
segundo ele, têm sido submetidas ao debate, só por questões de má-fé. A
Integração do PRS no Governo e a alegada falta da oposição. Sobre a integração
do Partido no actual Governo, o secretário-geral do PRS revelou que tal se deve
a coincidência de posições e observância de coerência nos procedimentos.
E explicou: “Durante toda a
preparação das eleições, nós dissemos aos guineenses que se vencêssemos iríamos
fazer um Governo de inclusão. Infelizmente perdemos. Agora se recebemos um
convite e em nome da estabilidade integramos, onde está o mal”, questionou.
Mendes Pereira fez questão de acentuar que neste momento de relançamento do
país para o desenvolvimento, o PRS não pode estar a fazer política de tudo ou
nada.
“Se todos acham que o Governo, a
ANP, a Presidência da República, uma liderança da oposição competentes merecem
a oportunidade; se todos acham que a preparação da Mesa redonda exige a
participação de todos, porque os fundos a serem angariados serão para o
desenvolvimento da Guiné-Bissau, quais os motivos que levariam o PRS a tal
oposição que querem? Por isso, reafirmamos que a postura que essa direcção
apresentou aos guineenses ao longo destes anos, é mesmo para manter”, prometeu,
afastando qualquer possibilidade do PRS voltar a ter aquele modelo de oposição
de confrontação permanente nos espaços públicos.
Neste particular, Alberto Nambeia acrescentou
que “o PRS nunca mais fará política de terra queimada” e que “quem quiser que
faça a oposição”. “O PRS não é único partido que deve fazer a oposição na
Guiné-Bissau. Se não fizermos outros podem fazer. A única garantia que queremos
dar aos nossos militantes e guineenses em geral, é que a nossa forma de fazer a
política já mudou. Já não pode ser um partido de conferências de imprensa
incendiárias, mesmo nos assuntos que podiam ser discutidos frente a frente. Não
vamos continuar a fazer política de terra queimada para que outros continuem a
tirar proveitos. Isto acabou. Ninguém nos empurrará jamais. Prometemos ser
embaixadores da paz e é isso temos feito. Que cada um faça a sua oposição. Quem
quiser política de violência, que não conte com o PRS”, sublinhou Nambeia.
Ambos aproveitaram para
esclarecer que nos assuntos candentes e de interesse nacional, têm apresentado
os problemas nos devidos lugares, como na Presidência, na ANP como junto do
Governo. “E não podemos continuar com este populismo de sempre que abordamos
algum assunto, voltamos para comunicação Social. Não é assim que se faz a
oposição”, condenou.
Florentino Mendes Pereira que
começou a falar do assunto realçou que a união entre os guineenses e a
estabilidade governativa, foram dos principais motivos da integração. “Hoje
estamos bem e a Guiné-Bissau está a melhorar. Se o PRS não estivesse no
Governo, não sei o que podia acontecer”.
Em relação aos 23 anos do PRS, o
secretário-geral afirmou que ao longo desse período o PRS foi quem mais
contribuiu para a democracia. “Aqui quero deixar o meu muito obrigado aos
fundadores do PRS. O meu muito obrigado a todos aqueles que trabalharam para
que o país chegasse onde chegou hoje”.
Tendo sempre em vista os seus
militantes naquela região falecidos recentemente, Amadú Dinis Baldé e Júlio
Culé Baldé, o secretário-geral considerou o dia de alegria mas de muita
tristeza. Alegria, porque o partido cresceu e a direcção decidiu reconhecer a
população de Gabú, mas de tristeza, porque aqueles que contribuíram para este
sucesso já não estão neste mundo. O Júlio Culé Baldé foi quem pediu para
comemorarmos os 23 anos aqui”.
Numas espécie de balanço daquilo
que foi o partido, Florentino Mendes Pereira não tem dúvidas de que o partido
cresceu. Em 1994, por exemplo em 9 círculos em que correu, o PRS elegeu 12
deputados. Em 1999, ganhou às eleições, mas foi afastado do poder por um golpe
de Estado. “Portanto, é bom que as pessoas saibam que nós saímos do poder, não por
decisão popular, mas por força das armas. Em 2014, elegemos 41 deputados. Nas
eleições presidenciais, para além de ganharmos uma vez, apenas uma vez não
fomos a segunda volta. Sempre estivemos entre o poder e a segunda posição. O
que é que isso demonstra? Demonstra um partido em crescimento” .
Em relação às novas militâncias,
Mendes Pereira acha que aqueles que avançaram para o PRS fizeram a leitura
perfeita da eminência de bipolarização política na Guiné-Bissau. “O que
queremos garantir aqui é que, todos serão iguais no PRS. Este partido é de
liberdade, transparência e justiça. O PRS está a viver um momento excepcional.
O que queremos é união. Devemos unir para o bem-estar da Guiné-Bissau”.
Força, o PRS provou que mudou
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