sexta-feira, 13 de março de 2015

PRS com Gabú no Coração e para provar o mundo que o partido está no bom caminho


O presidente do Partido de Renovação Social (PRS) disse que nunca impediu Nuno Nabiam de militar no PRS. Em declarações perante os militantes e simpatizantes do PRS durante às comemorações de 23 anos do partido assinalado em Gabú, Alberto Nambeia afirmou negou categoricamente que alguma vez tenham condicionado a militância de Nuno Nabiam com aquilo que este chamou de “pega bicha” (esperar na fileira). Disse que o PRS demonstrou toda a abertura em receber todos guineenses, porque o que se quer é a união dos guineenses e o crescimento do partido, mas advertiu que os Estatutos do partido são mesmo para cumprir.

 

“Não só no PRS, como em qualquer partido, não há ninguém que ao chegar pela primeira vez, é logo presidente. O Partido tem regras e cada militante é obrigado à respeitar”. Embora não tenha pronunciado uma única vez o nome de Nuno Nabiam, Alberto Nambeia falou igualmente das relações entre ele e Koumba Yalá. Lembrou que o ex-presidente do PRS nunca renunciou a militância no partido e que o apoio à Nuno Nabiam deve ser muito bem interpretado.

 

“Ouvimos certas pessoas a falarem em honrar a memória de koumba Yalá. Outros alegam que para dar continuidade a Koumba Yalá decidiram criar partido. Ou seja, ouvimos muita coisa neste processo, mas importa repormos a verdade. E a reposição da verdade dos factos exige que cada um de nós reconheça que Koumba Yalá nunca abandonou o PRS. Nas últimas eleições ele não esteve com o candidato presidencial do PRS, mas todos viram-lhe na campanha com a bandeira do PRS.

Koumba Yalá morreu com o PRS no coração. Sempre por onde passava pedia as pessoas para votarem no PRS. Se isso é verdade; se ninguém pode desmentir o que estou a dizer, qual é a razão de estarem, a tentar confundir a opinião pública? Dizer que decidiram continuar a obra de Koumba Yalá por isso criaram partido político. Não é verdade. Koumba Yalá sempre foi do PRS e morreu com bandeira do PRS nas mãos”.

 

Mesmo sem reclamar o estatuto de verdadeiro herdeiro de Koumba Yalá, Alberto Nambeia contou a história do seu último encontro em Buba com Koumba Yalá, um dia antes da morte deste. Segundo ele, nesse encontro testemunhado por Florentino Mendes Pereira e Abel Incada, Koumba Yalá pediu-lhe para nunca abandonar o PRS. “Estávamos na casa do Engº. Domingos Indam. Eu, Florentino e Abel Incada. Alguém veio avisar que Koumba Yalá estava de passagem e queria cumprimentar-nos. Fomos ao encontro dele. Apertou-me a mão, abraçou-me e disse neste termos. Grande líder, continue a unir as pessoas. Faça crescer o PRS. Não deixe o partido cair. Continue, porque estas no bom caminho”, reproduziu.

 

Nambeia fez questão de reafirmar que não está agarrado a liderança do PRS. Como prova das suas afirmações disse estar aberto a ceder o seu lugar desde que apareçam militantes mais preparados para dirigir e fazer crescer o PRS. “´´E este o nosso objectivo. Tornar o PRS cada vez mais um partido nacional e de massas. Se as pessoas querem liderar o partido, não há nenhum obstáculo. Dentro de um ano ou ano e meio, vamos ao Congresso. Daí cada um poderá concorrer. Se os militantes entenderem que não reúno condições para continuar, podem acreditar que não farei nenhuma oposição quanto a substituição”, insistiu Alberto Nambeia.

 

Ele que falou tanto várias vezes deste assunto tão propalado pelos apoiantes de Nuno Nabiam, lançou indirectas a certos dirigentes que abandonaram o partido, qualificando-os de amontoes. “Aqui todos têm lugar. Só pensa que não tem, aquele que não trabalha para o partido”. O presidente do PRS aproveitou para desafiar a todos a se juntarem ao PRS na luta para o desenvolvimento do país. Hoje tivemos aqui novos aderentes a que aproveitamos para desejar boas vindas e garantir que pode sentir-se a vontade. Aqui todos têm espaço. Mas não queria ficar apenas naqueles que já aderiram. Quero mais. Quero dirigir-me a juventude para vos dizer que, é chegado a hora de posicionarem. Os jovens, não devem se aceitarem serem aproveitados só em períodos de campanha eleitoral. Não é bom para o vosso futuro. Tivemos aqui uma vasta lista de aderentes entre eles jovens. Queremos mais. Queremos que os jovens se envolvam de forma a poderem decidir o futuro. Mas se continuarem nessa situação de passividade, o problema é deles”, alertou.

 

Fora destas respostas aos críticos do partido, Nambeia falou dos 23 anos do partido, mas sobretudo das comemorações em Gabú. Segundo disse, em virtude do resultado conseguido pelo PRS nas últimas eleições legislativas nessa região, os dirigentes do partido tinham toda a obrigatoriedade de homenagear os populares. “Esta comemoração tem vários significados o Primeiro deles, é retribuir a obra dos nossos militantes falecidos. Eles juntamente com os populares, foram obreiros da nossa vitória nessa região. E pelo facto de vencermos as eleições. De sairmos de 3 para 7 deputados nas últimas eleições, somos obrigados a reconhecer essa proeza. Crescemos a nível de todo o país, isso é verdade, mas crescemos mais em Gabú. Muito obrigado a todos”, referiu.

 

Quem também usou de palavra, foi o secretário-geral. Florentino Mendes Pereira falou de duas situações que segundo ele, têm sido submetidas ao debate, só por questões de má-fé. A Integração do PRS no Governo e a alegada falta da oposição. Sobre a integração do Partido no actual Governo, o secretário-geral do PRS revelou que tal se deve a coincidência de posições e observância de coerência nos procedimentos.

 

E explicou: “Durante toda a preparação das eleições, nós dissemos aos guineenses que se vencêssemos iríamos fazer um Governo de inclusão. Infelizmente perdemos. Agora se recebemos um convite e em nome da estabilidade integramos, onde está o mal”, questionou. Mendes Pereira fez questão de acentuar que neste momento de relançamento do país para o desenvolvimento, o PRS não pode estar a fazer política de tudo ou nada.

 

“Se todos acham que o Governo, a ANP, a Presidência da República, uma liderança da oposição competentes merecem a oportunidade; se todos acham que a preparação da Mesa redonda exige a participação de todos, porque os fundos a serem angariados serão para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, quais os motivos que levariam o PRS a tal oposição que querem? Por isso, reafirmamos que a postura que essa direcção apresentou aos guineenses ao longo destes anos, é mesmo para manter”, prometeu, afastando qualquer possibilidade do PRS voltar a ter aquele modelo de oposição de confrontação permanente nos espaços públicos.

 

 Neste particular, Alberto Nambeia acrescentou que “o PRS nunca mais fará política de terra queimada” e que “quem quiser que faça a oposição”. “O PRS não é único partido que deve fazer a oposição na Guiné-Bissau. Se não fizermos outros podem fazer. A única garantia que queremos dar aos nossos militantes e guineenses em geral, é que a nossa forma de fazer a política já mudou. Já não pode ser um partido de conferências de imprensa incendiárias, mesmo nos assuntos que podiam ser discutidos frente a frente. Não vamos continuar a fazer política de terra queimada para que outros continuem a tirar proveitos. Isto acabou. Ninguém nos empurrará jamais. Prometemos ser embaixadores da paz e é isso temos feito. Que cada um faça a sua oposição. Quem quiser política de violência, que não conte com o PRS”, sublinhou Nambeia.

 

Ambos aproveitaram para esclarecer que nos assuntos candentes e de interesse nacional, têm apresentado os problemas nos devidos lugares, como na Presidência, na ANP como junto do Governo. “E não podemos continuar com este populismo de sempre que abordamos algum assunto, voltamos para comunicação Social. Não é assim que se faz a oposição”, condenou.

 

Florentino Mendes Pereira que começou a falar do assunto realçou que a união entre os guineenses e a estabilidade governativa, foram dos principais motivos da integração. “Hoje estamos bem e a Guiné-Bissau está a melhorar. Se o PRS não estivesse no Governo, não sei o que podia acontecer”.

Em relação aos 23 anos do PRS, o secretário-geral afirmou que ao longo desse período o PRS foi quem mais contribuiu para a democracia. “Aqui quero deixar o meu muito obrigado aos fundadores do PRS. O meu muito obrigado a todos aqueles que trabalharam para que o país chegasse onde chegou hoje”.

 

Tendo sempre em vista os seus militantes naquela região falecidos recentemente, Amadú Dinis Baldé e Júlio Culé Baldé, o secretário-geral considerou o dia de alegria mas de muita tristeza. Alegria, porque o partido cresceu e a direcção decidiu reconhecer a população de Gabú, mas de tristeza, porque aqueles que contribuíram para este sucesso já não estão neste mundo. O Júlio Culé Baldé foi quem pediu para comemorarmos os 23 anos aqui”.

 

Numas espécie de balanço daquilo que foi o partido, Florentino Mendes Pereira não tem dúvidas de que o partido cresceu. Em 1994, por exemplo em 9 círculos em que correu, o PRS elegeu 12 deputados. Em 1999, ganhou às eleições, mas foi afastado do poder por um golpe de Estado. “Portanto, é bom que as pessoas saibam que nós saímos do poder, não por decisão popular, mas por força das armas. Em 2014, elegemos 41 deputados. Nas eleições presidenciais, para além de ganharmos uma vez, apenas uma vez não fomos a segunda volta. Sempre estivemos entre o poder e a segunda posição. O que é que isso demonstra? Demonstra um partido em crescimento” .

 

Em relação às novas militâncias, Mendes Pereira acha que aqueles que avançaram para o PRS fizeram a leitura perfeita da eminência de bipolarização política na Guiné-Bissau. “O que queremos garantir aqui é que, todos serão iguais no PRS. Este partido é de liberdade, transparência e justiça. O PRS está a viver um momento excepcional. O que queremos é união. Devemos unir para o bem-estar da Guiné-Bissau”.

 

 

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